terça-feira, 24 de julho de 2012

O começo do fim (em Gaza)

Foi há exatamente um mês que foi eleito o novo presidente egípcio, Mohammed Morsi, candidato da Irmandade Muçulmana, vitória esta que foi festejada efusivamente na praça Tahrir, no Cairo, onde muitos milhares dos seus partidários se concentraram e gritaram Allahu Akbar [Deus é grande]. Mas não foram só os egípcios  quem festejou este acontecimento: na Faixa a eleição de Morsi foi amplamente celebrada.
E com bons motivos. Passado apenas um mês, Mohammed Morsi levantou o bloqueio à Faixa de Gaza, que se estendia de há 5 anos para cá, quando Hosni Mubarak ordenou o encerramento da passagem de Rafah após imposição de Israel. Os palestinianos podem agora atravessar livremente a fronteira para o Egipto e aí permanecer durante 72 horas.
A decisão do presidente Morsi foi tomada após um encontro com uma delegação do movimento Hamas, liderada pelo seu chefe exilado, Khaled Meshaal. Meshaal e Mursi discutiram formas de garantir que Gaza, que compartilha suas fronteiras com o Egipto, obtenha o gás e o petróleo de que necessita, apesar do bloqueio por parte de Israel.
A Faixa de Gaza tem 41 quilómetros e faz fronteira com o deserto do Sinai, no Egipto. Aí habitam 1,5 milhões de palestinianos. Com os sucessivos bombardeamentos por parte de Israel, a maior parte das suas infraestruturas estão destruídas. Também o seu espaço aéreo e o acesso por mar estão controlados por Israel. Em 2000, o presidente israelita Ariel Sharon ordenou a retirada unilateral da Faixa de Gaza, com o propósito de garantir a segurança dos colonatos judeus que aí se haviam estabelecido. No ano seguinte, ao serem convocadas eleições nos territórios palestianos, venceu o Hamas, partido considerado terrorista pela comunidade internacional. Foi o início do bloqueio. Tanto Israel como o Egipto consideravam que não era possível garantir a segurança na região. E a situação humanitária na Faixa de Gaza agravou-se.
 

quinta-feira, 19 de julho de 2012

Um juiz e uma prisão exemplares - Pedal your way out of jail

Existe uma prisão no nosso país irmão que está a dar muito que falar com os seus projectos inovadores e insólitos. Já conheces a Santa Rita do Sapucaí, em Minas Gerais?

Os presidiários desta prisão estão a participar num projecto inovador: para redução das suas penas, pedalam em duas bicicletas estáticas e produzem energia eléctrica. A electricidade gerada serve para iluminar parte de uma praça da cidade durante a noite. Se pedalarem durante todo o dia, é produzida energia suficiente para acender seis lâmpadas.
As duas bicicletas encontram-se no pátio da prisão e podem ser utilizadas por todos os presos. Brevemente serão instaladas mais oito bicicletas. A ideia foi tirada da internet pelo juiz da cidade, José Henrique Mallmann, que afirma que por cada 16 horas de pedalada, lhes retira um dia a menos na pena.
O director da prisão chega a afirmar o seguinte: “Eles sentem-se úteis a pedalar.Estão a reduzir a sua pena e a produzir energia, energia saudável. Hoje fala-se muito em sustentabilidade".

Não é absolutamente genial?

E o melhor é que este não é o primeiro projecto deste género a ser implementado na prisão de Santa Rita do Sapucaí. O mesmo juiz já havia implementado um outro sistema no qual os presos trabalham e parte dos seus salários é encaminhado para as vítimas.
Este projecto tem como objectivo restituir à vítima o que lhe foi retirado, além de possibilitar o preso de se redimir perante a sociedade".
Por enquanto, seis presos que já foram condenados participam do projecto. A maioria cometeu o crime de roubo, sendo assim mais fácil restituir às vítimas o valor do produto que foi roubado. Os presos recebem um salário mensal e trabalham na recuperação e manutenção de prédios públicos. O dinheiro do pagamento vem através de parcerias com empresários da cidade, que viram o projecto como bastante positivo.
Além do ordenado,também podem ver a sua pena reduzida. A cada três dias de trabalho, eles ganham um dia a menos de pena.

domingo, 15 de julho de 2012

Muito mais do que música

Apresento-te um festival que celebra o seu 15.º aniversário este ano. Um festival que escolheu como tema a Alquimia, de acordo com o calendário Maia, colocando o ano de 2012 como ponto de viragem cósmico, de mudanças extremas a nível ambiental e social. Um festival que quer aproveitar para consciencializar para a mudança que tem de ser empreendida junto de cada um. O respeito pela Terra e pela Natureza. E por cada um de nós.

Além da música, oferece exposições de artistas de todo o mundo, performances artísticas ao vivo, workshops e palestras sobre diversos temas, painéis de debate, visionamento de filmes, entre muitas outras actividades.

Todos os anos, a organização selecciona um país (normalmente, um país "em desenvolvimento"), e oferece bilhetes grátis aos seus cidadãos. Este ano, os felizes contemplados são o México e a Guatemala. Qualquer cidadão destes dois países que queira visitar o festival, terá acesso ao seu bilhete gratuitamente. 
Além disso, existe ainda a preocupação de baixar o preço dos bilhetes a países que tenham estado debaixo da especulação financeira por parte das agências de rating internacionais: Portugal, Grécia, Irlanda e Espanha. Esta é a sua forma de protesto.
Também existe um preço especial para países de África, Ásia e Pacífico (excluindo as maiores economias desta zona), Caraíbas, América Central e do Sul e Europa de leste.
Este ano conta com mais de 100 países representados, segundo os dados de venda de bilhetes. Uma verdadeira reunião de pessoas de todo o mundo. 

Um festival que trata toda a água utilizada e a devolve à natureza tão limpa quanto a recebeu, reduzindo a sua pegada a zero. Com quase 100% das instalações sanitárias equipadas para compostagem de todos os resíduos, que são depois utilizados na agricultura. Um festival que gera grande parte da energia utilizada a partir de óleo vegetal ou de painéis solares. Que utiliza a tecnologia LED como uma das suas apostas fortes no que diz respeito à iluminação de todo o recinto.

Um festival cujas infraestruturas são construídas em materiais naturais, como bambu, madeira, terra, cana, pedra, apostando assim na bio-construção e minimizando o impacto ambiental. Além disso, aposta fortemente na reutilização de materiais, reduzindo também a sua pegada carbónica de forma significativa.

Vencedor do Green'n Clean Festival of the Year 2010 e do Greener Festival Award em 2008 e 2010, este festival está integrado em think-tanks internacionais para partilha e investigação no que diz respeito a boas práticas ambientais em festivais de música, tais como a United Nations Environment Music & Stakeholder Initiative e o GO-Group (Green Operations Europe). Um verdadeiro case-study de sucesso para organização de eventos sustentáveis.



Algumas pessoas podem pensar que se trata apenas de um festival de trance, mas o BOOM é muito mais do que isso.

A partir de 28 de julho em Idanha-a-Nova: www.boomfestival.org 

quarta-feira, 4 de julho de 2012

Mudanças sustentáveis

Tens de mudar de casa? Já pensaste que até nisso podes ser mais consciente e prejudicar menos o ambiente? É fácil!
Até ao mudar de casa te podes sustentar, é verdade. Aqui vão algumas dicas muito simples e que já fazem muita diferença:
1. Tenta não comprar embalagens, nem caixas para colocares as tuas coisas. Aproveita malas de viagem. As tuas, as da tua família e dos teus amigos. Aposto que consegues reunir suficientes. Além de serem fáceis de transportar, não se estragam e aguentam com bastante peso.
2. Se não tiveres malas suficientes, reutiliza sacos de plástico ou de cartão ou até caixas que tenhas guardadas.
3. Tenta fazer apenas uma deslocação. Às vezes, fazeres tu a tua própria mudança, com um carro, consome-te além de gasolina, tempo, paciência e energia. Mais do que era suposto. Contrata antes uma empresa que te faça as mudanças, ou até mesmo a Associação REMAR. Com esta estarás a apoiar a inserção social de ex-toxicodependentes.
4. Aproveita para ver o que realmente precisas e aquilo que não te faz falta e podes doá-lo a associações de apoio social.