quinta-feira, 28 de junho de 2012

Consumo inteligente

Hoje volto a falar-te do consumo responsável ou do consumo inteligente. Achas que és inteligente?
Para consumires de forma inteligente deves primeiro comprar apenas o que é necessário e segundo, ter consciência do impacto ambiental que a tua compra gera.
Está na tua mão esta escolha por produtos que respeitem modelos de produção mais sustentáveis. Tu é que podes mudar o paradigma da sociedade actual e o desempenho das empresas.
Já reparaste que muitos dos produtos têm cada vez uma durabilidade mais reduzida? Que quase somos obrigados, de tempos a tempos, a comprar novamente os mesmos produtos, pois deixaram de funcionar?

They time those things! They time them, so when you finish paying them, there useless!


Aconselho este filme para te enquadrares melhor neste tema.

Foi a partir desta reflexão sobre o consumo responsável, que o Instituto Akatu elaborou o Decálogo do Consumo Consciente. São dez indicações para a sustentabilidade na produção e no consumo, dirigidas a cidadãos, governos e indústria.

O consumo inteligente deve valorizar:

1. Os produtos duráveis, em detrimento dos descartáveis ou de desgaste acelerado
2. A produção e o desenvolvimento local mais do que a produção global
3. O uso compartilhado de produtos, ao invés da posse e do uso individual
4. A produção, os produtos e os serviços social e ambientalmente mais sustentáveis
5. As opções virtuais, em vez das opções materiais
6. O não-desperdício dos alimentos e produtos, promovendo o seu aproveitamento integral e o prolongamento da sua vida útil
7. A satisfação pelo uso dos produtos e não pela compra em excesso
8. Produtos e escolhas mais saudáveis
9. As emoções, as ideias e as experiências, em vez dos produtos materiais
10. A cooperação, em vez da competição

Helio Mattar, doutor em Engenharia Industrial da Universidade de Stanford, do Instituto Akatu afirmou:
"Dizer à classe média, recém-chegada ao mercado do consumo, que ela não pode consumir, além de uma idiotice, é injusto. Mas é possível dizer a essas pessoas que existe um consumo mais inteligente. É preciso informação para se consumir de outra forma e que a população seja estimulada para isso. É disso que se trata essa transformação que os dez itens propõem."

quarta-feira, 27 de junho de 2012

Recicla as tuas atitudes - Praia do Botafogo

Por ocasião do Rio+20, foram colocadas a 19 de junho na praia do Botafogo, duas esculturas de peixes gigantes, construídas a partir de milhares de garrafas de plástico. Criaram um magnífico efeito durante o dia e ainda mais espectacular à noite, com efeitos de luz.

Recicla as tuas atitudes!










terça-feira, 26 de junho de 2012

PIB verde

Apresento-te agora um dos (poucos) avanços que sairam da Cimeira Rio+20, cujo texto final de 53 páginas foi assinado no passado dia 22 de junho no nosso país irmão. Vem aí o chamado PIB verde.
Este novo indicador não é apenas verde (como está tão na moda agora), mas vai muito para além disso. Conhecido como Índice Inclusivo de Riqueza, foi apresentado pelo Programa Internacional de Dimensões Humanas das Mudanças Ambientais Globais (UNU-IHDP) e pelo Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA) durante a Conferência. Este ambiciona vir a substituir o já velho e bolorento Produto Interno Bruto como indicador único de riqueza dos países. No seu cálculo entra a “riqueza inclusiva” da nações e não apenas o capital económico:
- Capital manufaturado - infraestruturas, bens e investimentos
- Capital natural - combustíveis fósseis, minérios, florestas, pesca e terras agrícolas
- Capital humano - educação e competências

Para suportar a defesa deste novo índice foram apresentados os resultados de um grupo de países avaliados de 1990 a 2008: Austrália, Brasil, Canadá, Chile, China, Colômbia, Equador, França, Alemanha, Índia, Japão, Quênia, Nigéria, Noruega, Rússia, Arábia Saudita, África do Sul, Estados Unidos, Grã-Bretanha e Venezuela.

E quais as conclusões?
Utilizando unicamente o PIB, registou-se um crescimento acentuado das economias da China com 422% (irra!), EUA com 37%, Brasil com 31% e África do Sul com 24%. Porém, quando o desempenho é avaliado de acordo com o novo índice, a economia chinesa cresceu apenas (apenas!) 45%, os EUA 13%, o Brasil 18% e a África do Sul teve queda de 1%. Estes resultados devem-se maioritariamente ao esgotamento dos recursos naturais destes países.
Seis países (Rússia, Venezuela, Arábia Saudita, Colômbia, África do Sul e Nigéria) tiveram crescimento negativo segundo o novo índice, mas positivo pelo PIB.



O gráfico demonstra o declínio do capital natural em quase todos os países avaliados no Relatório de Riqueza Inclusiva 2012.


Podes saber mais sobre este novo Índice aqui: http://www.unep.org/newscentre/Default.aspx?DocumentID=2688&ArticleID=9174&l=en

segunda-feira, 25 de junho de 2012

O Euro, a Europa e o Euro

O Euro, a Europa e o Euro...

Enquanto dura o Euro 2012, entenda-se o campeonato de futebol europeu, parece que nos vamos esquecendo da desgraça em que se encontra o Euro em 2012, entenda-se a moeda.
Apresento-te uma pequena seleção de alguns cartoons que sairam nas últimas semanas:

Houve um tempo em que o Euro era uma moeda...


A terra tem recursos limitados, tal como a Europa...


E onde se senta a Europa na Cimeira do G-20?


Alemanha vs. Grécia - formalidades antes do jogo...

A suma importância de salvar o Euro...


Grécia, Merkel e o Euro


O que se joga no Euro 2012


Alguém tem uma moeda?


sexta-feira, 22 de junho de 2012

Fossil of the Day Award - Rio+20


As ONG's Climate Network e Avaaz organizaram mais uma vez os Fossil of the Day Awards, premiando os países envolvidos nas negociações do texto final do Rio+20 que dão o seu "melhor" para bloquear o progresso ambiental.
As votações ocorreram durante o processo de negociação para o texto da Conferência das Nações Unidas apresentado a dia 20 de junho no Rio de Janeiro.

Apresento-te agora os vencedores de cada dia: 

18 junho
1º lugar: Austrália
por exercer pressão sobre os estados insulares do Pacífico, principalmente Tuvalu, para concordar com o aumento da temperatura do planeta em 2º, em vez de 1,5º, que estes reivindicavam.
2º e 3º lugares: Canadá, Austrália e Japão –
pela incapacidade de manter propostas de financiamento de longo prazo para os países pobres.

16 junho
1º lugar: EUA
- por ter inserido um percentual 'x', como propostas voluntárias em substituição a reduções concretas obrigatórias dos países, nas reduções das emissões de gases de efeito estufa.
2º lugar: Grupo Umbrella (Guarda-Chuva),
que representa os países do Anexo 1 (industrializados), com exceção da União Europeia -
porque se recusaram a fornecer aos países em desenvolvimento apoio a acordos de financiamento a longo prazo.

15 junho
1º lugar: EUA -
por ser um país industrializado, que não propõe alterar a utilização de medidas de redução provenientes da aviação e da área marítima, para gerar fundos de adaptação e mitigação.
Por pouco a ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, não ganhou o 'Fóssil do Dia (15), no lugar dos EUA, graças ao seu lapsus linguae, ao afirmar que "o meio ambiente é uma ameaça ao desenvolvimento sustentável".
2º lugar: Canadá -
por causa da afirmação de que o Canadá não tem absolutamente nenhuma intenção de atingir as metas de redução, em 2020.
3º lugar: EUA e Colômbia - por dificultarem o processo de construção do texto sobre o REDD - Redução para Emissões de Desmatamento e Degradação.
14 junho
1º lugar:
EUA -
por não assumir nenhum compromisso sobre o financiamento de longo prazo para os países em desenvolvimento e por ser o maior emissor cumulativo e ter uma das mais fracas metas de redução de emissões de gases de efeito estufa (GEEs).
2.º lugar: União Europeia
- por causa da existência de um vazio jurídico quanto à implementação de combate ao ar quente e na questão da gestão florestal.
3º lugar: Canadá e Arábia Saudita - devido aos seus altos índices de emissão, sempre nos lugares cimeiros, além de poucas iniciativas para a redução.

12 junho
1º lugar:
Japão - por se opor ao estabelecimento de um segundo período de compromisso do Protocolo de Quioto.
2º lugar: Papua Nova-Guiné - por se opor à proposta do compromisso de protocolos juridicamente vinculativos na COP15 dos países mais poluidores, que foi feita pela Aliança dos Pequenos Estados Insulares, do qual o país também participa.

11 junho
1º e 2º lugares:
Canadá - pelo seu posicionamento intransigente, quanto às metas de redução de emissões de GEEs e por não ser claro quanto às suas posições no encontro.

3º lugar:
União Europeia - por não ter uma posição mais ousada para a proposta de um apoio financeiro a longo prazo aos países pobres.

10 junho
1º lugar: Polónia - por bloquear proposta de actualização incondicional do objectivo da UE de reduzir as emissões de carbono a 30%.
2º lugar: Alemanha - por não esclarecer que o financiamento do clima deve ser adicional aos auxílios já existentes.
3º lugar: Nova Zelândia - por declarações do ministro neozelandês de não estar focado no aumento das emissões do próprio país.


9 junho
1º lugar:
Canadá e Croácia - por se oporem às reduções do Protocolo de Quioto a níveis de emissões de GEE em 1990.
2º lugar: Rússia - por não ter se comprometido efectivamente quanto às reduções no Protocolo de Quioto e também na COP15, até agora.

08/12

1º lugar: Ucrânia - por ter o objectivo de reduzir em 20% suas emissões em relação a 1990, o que significa 75% de aumento, nos níveis actuais.
2º lugar: Canadá, Islândia, Japão, Cazaquistão, Nova Zelândia, Noruega, Rússia, Ucrânia, Estados Unidos e Austrália - por proporem que a captura e armazenamento de carbono se devem qualificar como projecto de MDL - Mecanismo de Desenvolvimento Limpo.
3º lugar: Ucrânia - por se recusar a dizer como está a utilizar o dinheiro da venda de créditos de emissões.


7 junho 
1º lugar: Países em desenvolvimento - por falta de empenho na implementação das reduções de emissões de GEE.
2º lugar: Suécia, Finlândia e Áustria - por tentarem obter ganhos, por causa de suas florestas.
3º lugar: Canadá - por causa da falta de empenho.
Menção honrosa: Arábia Saudita - por causa da falta de empenho "histórica".

quinta-feira, 21 de junho de 2012

CORDAID (ou ACORDA E AJUDA)

Apresento-te a campanha desenvolvida pela ONG holandesa CORDAID (Catholic Organisation for Relief and Development Aid), que actúa em todo o mundo com o objectivo de combater a pobreza e a exclusão nos países mais pobres e em áreas de conflito, trabalhando nas seguintes áreas: 
  • Transformação de zonas de conflito: apoio à participação cívica, diálogo, reconciliação social e construção da paz em zonas de conflito armado
  • Serviços de saúde de qualidade: construção de infraestruturas e prestação de serviços de qualidade para as comunidades mais vulneráveis e necessitadas em zonas remotas
  • Aumento da emancipação económica dos produtores locais de forma sustentável para a população e para o ambiente 
  • Redução do risco de catástrofe e ajuda humanitária
Para levar a cabo os seus projectos, desenvolve várias campanhas de angariação de fundos.

Partilho contigo uma campanha desenvolvida há alguns anos, para a qual convidaram o director criativo Magnus Olsson e a Agência Saatchi & Saatchi. Nela, pretendia-se demonstrar o quão pouco custa contribuir para melhorar de forma significativa a vida de pessoas que se encontram longe de nós.
Mas para que esta chamada de atenção tivesse realmente impacto, era necessário criar uma empatia/relação com a causa a apoiar. E que criasse revolta no espectador. Revolta suficiente que o impulsionasse a agir. No fundo, para ajudar só precisavam enviar uma mensagem de telemóvel.
Este foi o excelente resultado realizado com uma tribo Masai.
Podes conhecer mais sobre o trabalho desta organização em http://www.cordaid.nl/nl/(12997)--.html







segunda-feira, 18 de junho de 2012

Rio + ou - 20

20 anos passaram desde a Cimeira da Terra no Rio de Janeiro.
Está aí a sua sequela: Rio+20. A mesma cidade, a mesma organização, 20 anos depois. Maiores problemas.
As Nações Unidas pretendem com esta cimeira descobrir novas soluções para os problemas do mundo actual. Temos hoje 7 biliões de pessoas, das quais:
- 1.4 biliões vive com 1 dólar ao dia, mais coisa menos coisa
- 1.5 biliões não tem acesso à electricidade
- 2.5 biliões não tem água potável
- 1 bilião passa fome
E facilmente se depreende que estas são quase sempre as mesmas pessoas.

As emissões de gases de estufa também não páram de crescer e mais de um terço das espécies conhecidas podem extinguir-se muito brevemente se não for posto um travão a isto. Além daquelas que já desapareceram.

O custo do que poderá vir a acontecer com o planeta é infinitamente superior ao custo que seria necessário para evitar o desastre. Mas parece que ainda não há grande consciência disso.
Já Fernand Braudel, grande historiador do início do século XX da Escola dos Annales, e um dos precursores da História das Mentalidades, afirmava que estas constituíam um padrão de pensamento que mudaria muito lentamente, sendo estruturas de muito longa duração.
Espero que ainda possamos mudar a tempo.

Mas afinal, o que é assim tão difícil de acordar entre os 180 países reunidos na cidade maravilhosa?
Foi desenvolvido um documento base, que aborda várias áreas, desde a economia verde ao financiamento internacional para o desenvolvimento sustentável, da água à energia, da educação à gestão das florestas. Ainda só se chegou a consenso para cerca de 30% das medidas propostas.
O principal problema prende-se com a divergência de opinião entre os países desenvolvidos e os países em desenvolvimento.
Os países desenvolvidos são contra a criação de um fundo de financiamento de 30 mil milhões de euros para apoiar o desenvolvimento sustentável nos países mais pobres. Uma atitude destas parece-me claramente de países subdesenvolvidos, perdoem-me a antítese.
Este é apenas um exemplo dos muitos entraves que estão a ser criados às medidas propostas. Os países desenvolvidos estão a impossibilitar a alavancagem do desenvolvimento sustentável a nível mundial. E este só assim faz sentido. A nível mundial.
Caso contrário, os países pobres optarão pela forma mais fácil e menos sustentável de se desenvolverem economicamente.
E será que os países desenvolvidos não deveriam de facto pagar a sua enorme dívida ambiental, uma grande factura de muitas décadas de desenvolvimento económico desenfreado, financiando o tal fundo para permitir que os restantes países pertencentes ao fraco G-77 se possam desenvolver de forma sustentável.

E a tal de green economy, ou economia verde? Apesar do nome mais apelar ao consumo de substâncias psicotrópicas na Holanda, o seu objectivo é transformar o ambiente em capital, ou seja, em capital natural. E como qualquer outro tipo de capital, deve atrair investimento, ser explorado eficientemente, e idealmente aumentar em valor económico. A ideia de explorar economicamente o ambiente enfurece alguns ecologistas, pois consideram que este sempre foi o verdadeiro problema! Mas pode não ser bem assim. Pode significar que o valor dos serviços prestados através de uma boa gestão ambiental seja tido em conta, o que não acontecia até agora. Idealmente irá atrair investimento para áreas onde se preserva o ambiente e que sejam rentáveis. 
Para o mais céptico Boaventura Sousa Santos, a green economy quer "convencer os mercados (sempre livres, sem qualquer restrições) sobre as oportunidades de lucro em investirem no ambiente, calculando custos ambientais e atribuindo valor de mercado à natureza." Lamenta-se pelo facto de não haver "outro modo de nos relacionarmos entre humanos e com a natureza que não seja o mercado", afirmando ser uma verdadeira "orgia neoliberal".
Esperava-se que até 22 de junho se chegasse a um consenso, no fundo para ver quem fica com a batata quente.
O próprio secretário-geral das Nações Unidas, Ban Ki-moon, disse que a conferência Rio+20 é demasiado importante para falhar: “Se não tomarmos acções firmes, podemos estar a caminhar para o fim.”
Acho que já estamos há muito tempo.

Dessin de Burki, Suisse.

sexta-feira, 15 de junho de 2012

Have you met Michael Aaron Williams?

Descobri este artista, cuja obra gostava de partilhar contigo. Chama-se Michael Aaron Williams e é um street artist que anda por todo o mundo. Gostava sinceramente de me cruzar um dia com uma obra sua.

"My art is a narrative, visual poetry, making a social statement to move the viewer to action or realization. An important part of my work focuses on the street, the place where people live their daily lives. This allows me to interact with an audience on their own turf and observe how they react to the art; it is a social experiment. These open-air installations focus on the ephemeral state of street people and enable the viewer to participate in the outcome of the pieces, whether the viewer leaves or saves them from the street. My goal in depicting street people is to show their beauty, fragility, and to bring their situation into the eyes of the viewer, refusing to let them be forgotten or ignored."





 


segunda-feira, 11 de junho de 2012

Wasting water will kill the future

No passado dia 5 de junho, foi anunciado em Copenhaga o vencedor do concurso de publicidade sobre a escassez de água, promovido pelas Nações Unidas: The Future we want – Drop by Drop.
O merecido vencedor foi o italiano Daniele Gaspari, que desenvolveu uma impactante imagem sob o título: “ Wasting water will kill de future – change begins at home”, onde se vê um adulto a apontar uma pistola de água à cabeça de um gorducho bebé.
Espera-se que este seja o ponto de partida para uma discussão sobre o tema da Água a ter lugar no Rio+20.
Podem saber mais em www.dropbydrop.eu.

Entretanto vejam aqui alguns dos trabalhos a concurso:

Daniele Gaspari - Wasting water will kill the future (1.º Prémio)

File #15398



Yusif Katanov - Azerbeijão

File #19462



Maria Magerova - Estónia

File #40202



Chiara Alfiero - Itália

File #28443



Alex Kemp - Reino Unido

File #24999



Angel Mellizo Guazo - Spain

File #40830



Greta Segneri - Italy

File #40720

domingo, 10 de junho de 2012

SANTOSustento (?)

Já cheira a sardinha em Lisboa. Começaram as Festas de Lisboa, este ano com várias iniciativas, que vão desde o cinema à animação de rua, além dos já habituais arraiais de bairro, dos casamentos de Santo António ou das marchas populares. Música pimba com letras tão sugestivas como "Sergei Sergei, era um rapaz que eu gostei. Sergei Sergei, mas afinal ele era gay." ou "Não é fácil jogar com mulheres. Não passam a bola, são umas egoístas. Queria chutar, mas não deixavam. A fintar são umas artistas." Puro ouro nacional. Lisboa está ao rubro. E vale a pena visitá-la.

E como podes tu tornar estes Santos Populares mais sustentáveis?

Bem, já começámos mal com as sardinhas... Há uns dias atrás, o Ministério da Agricultura e das Pescas admitiu estar preocupado com a redução da sardinha na costa marítima portuguesa e que está a dificultar o abastecimento das indústrias conserveiras. A quantidade de sardinha nas costas portuguesas diminuiu mais de 50% nos últimos 10 anos. Por isso, as sardinhas este ano vão sair mais caras e serão congeladas, provindas das reservas de peixe congelado, por estarem em melhores condições do que as frescas. Não há razão para preocupação, garantem os comerciantes, pois sardinha não vai faltar! Por enquanto... Entre comer sardinha ou bifanas e pregos nestas festas, fica a opção ao vosso critério. Mas parece-me claramente que está na altura de começar a pensar em alternativas para estes manjares antonianos.

E entre sardinhas, cerveja e vinho, tenta não deitar lixo para o chão, principalmente copos de plástico. Podes até reutilizar o mesmo copo, se ainda estiver em boas condições.
Não tragas o carro, utiliza os transportes públicos e aproveita para andar a pé. Com sorte, apanhas um espectáculo de fado no eléctrico. Ou segue o conselho da Sardinha vencedora e vem de bicicleta! Lisboa tem pedalada!

E porque a rua não é um urinol, aconselha-se a utilização de casas de banho apropriadas. Em alternativa, podem sempre tentar encontrar o urinol público perto do Castelo de S. Jorge, cujo odor se pode adivinhar:



E caso comprem um manjerico, lembrem-se de cuidar dele como deve ser. A lenda urbana de que o manjerico seca depois das festas não poderia ser mais falsa. Para sobreviver, a planta apenas precisa de muita água e de luz exterior. Colocá-lo dentro de casa é morte certa.




A festa mais típica de Lisboa continua a preservar a sua alma tão própria e a sustentar-se culturalmente. É bom ver como a tradição não morre. Apenas evolui. Aproveita bem até ao final do mês de junho, pois há muito, mas mesmo muito para ver e fazer.
Vê toda a programação em www.festasdelisboa.com.