terça-feira, 26 de junho de 2012

PIB verde

Apresento-te agora um dos (poucos) avanços que sairam da Cimeira Rio+20, cujo texto final de 53 páginas foi assinado no passado dia 22 de junho no nosso país irmão. Vem aí o chamado PIB verde.
Este novo indicador não é apenas verde (como está tão na moda agora), mas vai muito para além disso. Conhecido como Índice Inclusivo de Riqueza, foi apresentado pelo Programa Internacional de Dimensões Humanas das Mudanças Ambientais Globais (UNU-IHDP) e pelo Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA) durante a Conferência. Este ambiciona vir a substituir o já velho e bolorento Produto Interno Bruto como indicador único de riqueza dos países. No seu cálculo entra a “riqueza inclusiva” da nações e não apenas o capital económico:
- Capital manufaturado - infraestruturas, bens e investimentos
- Capital natural - combustíveis fósseis, minérios, florestas, pesca e terras agrícolas
- Capital humano - educação e competências

Para suportar a defesa deste novo índice foram apresentados os resultados de um grupo de países avaliados de 1990 a 2008: Austrália, Brasil, Canadá, Chile, China, Colômbia, Equador, França, Alemanha, Índia, Japão, Quênia, Nigéria, Noruega, Rússia, Arábia Saudita, África do Sul, Estados Unidos, Grã-Bretanha e Venezuela.

E quais as conclusões?
Utilizando unicamente o PIB, registou-se um crescimento acentuado das economias da China com 422% (irra!), EUA com 37%, Brasil com 31% e África do Sul com 24%. Porém, quando o desempenho é avaliado de acordo com o novo índice, a economia chinesa cresceu apenas (apenas!) 45%, os EUA 13%, o Brasil 18% e a África do Sul teve queda de 1%. Estes resultados devem-se maioritariamente ao esgotamento dos recursos naturais destes países.
Seis países (Rússia, Venezuela, Arábia Saudita, Colômbia, África do Sul e Nigéria) tiveram crescimento negativo segundo o novo índice, mas positivo pelo PIB.



O gráfico demonstra o declínio do capital natural em quase todos os países avaliados no Relatório de Riqueza Inclusiva 2012.


Podes saber mais sobre este novo Índice aqui: http://www.unep.org/newscentre/Default.aspx?DocumentID=2688&ArticleID=9174&l=en

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